quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

A HISTÓRIA DA VILA BRASILÂNDIA

Na década de 40, alguns sítios e chácaras de cana-de-açúcar foram se transformando em núcleos residenciais na região Noroeste da cidade de São Paulo, na Zona Norte, o que proporcionou a ocupação local. De um desses sítios nasceu o loteamento Vila Brasilândia.
Na época, Brasílio Simões vendeu o seu sítio, onde plantava cana e produzia a Caninha do Ó, para o empreendedor imobiliário José Munhoz Bonilha, que criaria ali o loteamento Brasilândia. Por isso, o comerciante teve o seu nome empregado na denominação do bairro.
O contrato de compra e venda das terras, assinado em cartório, se deu em 24 de janeiro de 1947, data oficial do aniversário do bairro, reconhecida pela Câmara Municipal de São Paulo. O histórico do bairro foi feito pelo jornalista Célio Pires de Araújo, que organizou o primeiro aniversário local, em janeiro de 1983.
Antes da existência da Vila Brasilândia, havia outro loteamento, o Itaberaba, iniciado em 1938, mas que não vendeu muitos lotes. Esse loteamento tinha um formato longitudinal (e não diagonal, como é comum), estendendo-se ao longo e dos dois lados da Rua Parapuã. Iniciava-se na esquina com a Av. Itaberaba e seguia pela Parapuã até o início da chamada subida do Vega (Av. Domingos Vega). Eram lotes de 50 metros de comprimento.

BRASILÂNDIA E ITABERABA
O loteamento Vila Brasilândia foi vendido em duas fases e tinha como centro o local onde está hoje o 45º Distrito Policial, na Rua Joaquim Ferreira da Rocha (antiga Guariroba). O centro da Brasilândia, onde está a igreja de Santo Antônio, é na realidade parte do loteamento Itaberaba.
As vendas do Itaberaba só “explodiram”, a partir de 1947, junto com o da Vila Brasilândia, por coincidir com a chegada de imigrantes e de migrantes à São Paulo e pelo fato de muitos moradores do Centro de São Paulo terem sido desapropriados e dali expulsos, de cortiços e “malocas”, pela demolição dos prédios antigos que deram lugar às Avenidas São João, Ipiranga, Duque de Caxias, Rio Branco – numa ação do prefeito de então Prestes Maia (1938 a 1945).

PEDREIRA VEGA
Outro elemento incentivador da ocupação do bairro, na mesma época, foi a instalação da Pedreira Vega, em 1939, que oferecia moradia a seus empregados e trouxe um considerável número de famílias para a região, principalmente a partir de 1946, quando passou a funcionar em sua plenitude.
Os loteamentos Vila Brasilândia e o Itaberaba foram comprados por imigrantes italianos, portugueses, espanhóis, e japoneses, que fugiam das ditaduras e das auguras da II Guerra Mundial (1939 a 1945); por migrantes nordestinos, espantados de seus estados pela seca dos anos 40, e por interioranos do Estado de São Paulo. O atrativo maior, entretanto, era a industrialização da Capital, que precisava de mão de obra não especializada aos montes.

FAMÍLIAS BASÍLIO SIMÕES, BRUGNERA...
A Brasilândia foi loteada a partir de 24 de janeiro de 1947, a partir de terras da família Basílio, mas antes disso já havia gente morando por ali, eram os trabalhadores remanescentes dos sítios e chácaras; e moradores que adquiriram lotes dede outro loteamento, o Itaberaba, de 1938 e que se mistura com parte do loteamento Vila Brasilândia.
Existia ainda a Olaria da família Brugnera e seus empregados, cuja família comprou a gleba de nº 17, do loteamento Itaberaba (1938-1939) - embora o local seja hoje parte do distrito Brasilândia. Localizava-se entre as ruas Servidão Pública, atual Estrada Lazaro Amâncio de Barros, Rua "L", atual Ministro Washington de Oliveira, Rua "K", atual Nereu Rangel Pestana, e aos fundos ficava o córrego do Pirizá, atualmente chamado de Rio das Pedras.

O LOTEADOR JOSÉ MUNHOZ BONILHA
Os terrenos vendidos do loteamento Vila Brasilândia, embora não fossem dotados de qualquer infraestrutura, além de ruas em barro, eram adquiridos com grandes facilidades de pagamento, inclusive com a doação de tijolos para estimular a construção dos dois primeiros cômodos das casas.
A facilidade de pagamento na compra dos terrenos do loteamento Vila Brasilândia foi um atrativo à parte, que fez o bairro ter um grande contingente populacional, rapidamente. A empresa imobiliária atraiu com isso muita gente para a região, tanto que, já em 1949 inaugurava-se a primeira linha de ônibus (foto).
- “Vendíamos um pedaço de terra quase sem entrada e para pagar em 12 meses sem juros, além de fornecermos parte do material para construção”, contou José Munhoz Bonilha, quando tinha 80 anos (na década de 80) ao extinto Jornal da Tarde.

O PORTUGUÊS JÃO RODRIGUES
No ano do início do loteamento, em 1947, chegou ao bairro o português João Rodrigues (falecido no final de 1996), que trabalhou na pedreira Vega Sopave como encarregado de obras. Rodrigues acompanhou de perto a chegada das famílias dos operários que vinham trabalhar na pedreira.
Ele contou, quando deste levantamento histórico, que a Pedreira Vega era quem conservava a principal via do bairro, jogando cascalho na atual Rua Parapuã.
A empresa Vega começou suas atividades na Brasilândia em 1939; logo depois foi desativada e voltou a funcionar em 1946, quando trouxe para a região muitos moradores, já que fornecia moradia aos seus funcionários. Na década de 80 foi, aos poucos, sendo desativada. Hoje, onde funcionava, localiza-se um reservatório da Sabesp, na Av. Domingos Veja e ali será Estação e Terminal do Metrô, linha 6 (Brasilândia – São Joaquim), prevista para funcionar a partir de 2020.
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A história da Vila Brasilândia foi pesquisada e escrita por Célio Pires de Araujo.

terça-feira, 12 de julho de 2011

FAMÍLIA BRAZ DA V. BRASILÂNDIA É DESTAQUE DO DOCUMENTÁRIO "DOIS TEMPOS", PREMIADO NO FESTIVAL "É TUDO VERDADE"


A V. Brasilândia tanto foi esquecida pelas autoridades ao longo de 20 anos, quanto é amada por seus moradores. Exemplo desse amor ao local onde se vive é dado pela família Braz, que foi retratada no filme "Dois Tempos", vencedor do festival internacional de documentário É Tudo Verdade.

O filme mostra a vida do encanador Antônio Braz, já falecido, há um ano, sua esposa Maria e os filhos Anderson, Denise, Gisele e Eder, moradores na Rua Almotacel, no alto da Brasilândia.

O filho mais novo da Família é Anderson, que tem um programa na rádio comunitária Cantareira, sobre cultura e também atua na Pastoral da Comunicação na igreja local. Dona Maria, sua mãe é da Pastoral da Criança na Igreja Nossa Senhora Aparecidinha. A família Braz foi destaque nas páginas do Diário de SP de 10/jul.2011.

A casa da família Braz fica em local dos mais altos da Brasilândia. Anderson disse ao DSP que tem orgulho de onde mora. - “Quem nunca veio passar um fim de ano na Brasilândia não sabe o que está perdendo" - referindo-se à vista que se tem dos fogos explodindo na cidade.

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A MESMA FAMÍLIA DEZ ANOS DEPOIS

O documentário 'Dois Tempos', com direção de Arthur Fontes e Dorrit Harazim, foi o vencedor da 16ª edição do É Tudo Verdade – no dia 9/abril/2011. Os vencedores foram anunciados na cerimônia de encerramento do festival. O filme recebeu um prêmio de R$110 mil.

"Realmente é uma imensa surpresa porque é um filme pequeno, em tom menor. Selecionamos uma família sem nenhum estrelismo óbvio, sem nenhum defeito radical, sem nenhum componente que gerasse manchete de jornal", disse Dorrit Harazim, codiretora do longe-metragem, enquanto recebia o troféu.

'Dois Tempos' documenta em 82 minutos a ascensão da classe média brasileira a partir do retrato de uma família da zona norte paulistana. O roteiro é baseado na história de Seu Toninho, dona Maria e três dos quatro filhos, Denise, Gisele e Éder, já retratados no filme "A Família Braz" (2000). Dez anos depois, 'Dois Tempos' mostra a mesma família e como as coisas mudaram financeiramente em suas vidas.
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Por Davi Rocha.
Do link: http://mtv.uol.com.br/memo/documentario-dois-tempos-e-premiado-melhor-filme-de-e-tudo-verdade-2011
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DEPOIS DE UM ANO SEM BLOGAR, ESTOU DE VOLTA, COM MATÉRIAS SOBRE A VILA BRASILÂNDIA

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

KASSAB DIZ QUE HOSPITAL DA BRASILÂNDIA SAIRÁ ATÉ 2012.VAMOS COBRAR

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Devido à crise econômica que solapou as finanças do País neste ano, a Prefeitura reduziu o Orçamento deste ano e cortou verbas em todos os setores, inclusive, verbas do Hospital da Brasilândia, cuja previsão orçamentária dizia em R$30 milhões neste ano para sua construção e nada foi gasto somente R42.700,00 até agora, provavelmente em projeto, já que no local nda foi feito. Tudo indica que ficará tudo para o ano
que vem.

O terreno destinado ao Hospital é na mesma gleba onde deverá ser construída o pátio de manobras dos trens na estação Brasilândia do Metrô, previsto para ter inicio em 2010, e localiza-se na Praça João Kaizer/ Estrado Domingos Vega, na área da antiga pedreira, por sinal, a última área livre para obras no centro do bairro.

No mesmo local está aonde está o CEU Paulistano, está sendo ultimada a ETE – Escola Técnica do Estado.

Segundo o prefeito Gilberto Kassab, em entrevista ao jornal Agora SP (19/out.09), “a implantação dos três novos equipamentos previstos na Agenda 2012, está plenamente dentro do cronograma estipulado da Prefeitura” – a previsão de entrega dos três novos hospitais, um deles na Brasilândia, é 2012.

Dos três o único que já tem local definido é o da Brasilândia, segundo informou a Secretária Municipal da Saúde – o andamento do processo pode ser acompanhado pelo site da Agenda 2012.

O povo deve ficar ligado e cobrar!
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METRÔ NA BRASILÂNDIA


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Governo do Estado e Prefeitura se comprometem com início da linha do Metrô na Brasilândia e Cachoeirinha até o ano que vem. A batalha agora é que as obras comecem logo, e pelo bairro, em direção ao Centro.

Um movimento que nasceu na Vila Brasilândia, em junho de 1990, na redação do jornal Freguesia News, que tinha sede neste bairro, hoje, está prestes a tornar-se realidade, trata-se da linha 6 da Cia do Metrô, que pelo plano lançado em dezembro de 2008, chegará a este bairro, e também à V.N. Cachoeirinha, num trajeto antes nunca feito, bifurcando-se em “Y”, da Freguesia do Ó para frente, indo um braço à V.N. Cachoeirinha e outro à V. Brasilândia. Essa decisão histórica foi lançada conjuntamente pelo governo do Estado e Prefeitura.

A população local aguarda ansiosa a definição do projeto executivo para saber os locais das estações e deve manter-se mobilizada para que a obra seja iniciada no prazo estabelecido.

Sabe-se apenas que seguirá da Freguesia do Ó passando perto da Unip (Água Branca), PUC (Perdizes) Mackenzie (Consolação) FMU (Liberdade) – por isto está sendo chamada também de Linha Universitária. Aguarda-se para breve o resultado dos estudos preliminares e mais definições.

LINHA 6 IRÁ ATÉ A ESTAÇÃO SÃO JOAQUIM
A Linha 6 - Laranja - ligará a região Noroeste à estação São Joaquim, e foi anunciada inicialmente pelo governador José Serra e prefeito Gilberto Kassab em maio de 2008, em evento na Casa de Cultura da Freguesia do Ó, ganhou mais 8 quilômetros, com duas ramificações de quatro quilômetros, em dezembro último. Cerca de 600 mil pessoas serão beneficiadas por dia com a implantação desta linha, garantia de transporte rápido e de qualidade na região – o que causará uma transformação radical neste bairro, tirando- o do atraso e abandono de década, a que foi relegado pelo poder público.

Segundo informou a Prefeitura na ocasião do lançamento do novo trajeto, transferiu, então, ao Governo do Estado R$503 milhões para ampliação da malha metroviária. Além dos R$ 75 milhões para a Linha 6 – Laranja. Foram destinados R$30 milhões para as desapropriações e obras outras regiões da cidade. Há duas décadas que a Prefeitura não investia no Metrô – agora só falta o governo federal fazer sua parte, afinal é de São Paulo que vem a maior parte da arrecadação federal.

O Metrô prevê o início das obras da Linha 6 para 2010 e o término, para 2012. Os projetos, básico e funcional, definirão o trajeto da linha, localização e arquitetura das estações. No total, serão 18,4 quilômetros, com 17 estações.

Haverá um entroncamento com outra linha do Metrô que sairá da Lapa em direção à V.N. Cachoeirinha.


FAZENDO ACONTECER


Foram 18 anos, desde o movimento popular reivindicatório original, que pedia o Metrô na Freguesia do Ó, surgido na Vila Brasilândia, em 1990 a realidade atual, Se seguiram o movimento encabeçado pelo grupo político do deputado Celino, entre 1996 e 1998, que consegui junto ao governo Covas, a definição de que a Linha 6 seria a da Freguesia do Ó, embora o estudo preliminar de então definirá outro trajeto.

Por volta de 2004, surgiu, o Fórum Pró-Metrô, e mais recentemente,o vereador Claudinho (PSDB) também passou a fazer gestões junto ao prefeito Kassab, ao saber que a Prefeitura voltaria a investir no Metrô, logrando êxito, já que a gestão municipal destinou R$75 milhões para o projeto executivo deste linha, o que foi o começo da concretização.

Enfim, a luta reivindicatória e a união em torno deste tema mostrou que a ação política direta, mobilizando o povo, em reuniões e abaixo-assinados, por pressão direta sobre os governantes, ou via parlamentar, acaba sendo atendida, se séria, mesmo que isto leve 18 anos. Espera-se que agora seja seguido o cronograma e, no ano que vem, vejamos as máquinas no bairro.

FALA ZEZINHO RODRIGUES

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Estava certo o poeta, quando disse "recordar é viver". A Brasilândia de antigamente era uma grande família. Muitos foram os "astros" a serviço da alegria: Chico Baiano, Abelardo Pitta, Florentino Gomes (Serrinha), João Gomes, o ébrio, Nhô Nito e Nhô Amaro, Zé Ferrante e João Valente, "Roberto Carlos" e seu osso de 20 cordas.

Tínhamos ainda os astros do "coreto": Eurício o seu Regional Copacabana, Benidito Ricardo (Didi), Zequinha, Chinês, Nôzinho... Brasilândia era só alegria!
O quarteto "Reis do Chope" era sucesso: Antoninho Cruz, Jorge Yamazaki, Florêncio Gatto e Eulalía. A alegria reinava nos corações. Hoje só resta a grande saudade.(Por Zezinho Rodrigues)
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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

DA BRASILÂNDIA

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Da fé, do samba, da raça
Do fumo solto, dos morros
Das igreja/fiéis/orações
Dos balcões de fórmica dos botecos
Da pinga pro santo
Da macumba na quebrada
Da condução lotada
Das favelas e vielas
Das misérias todas
Das mazelas políticas
Da turma/gangue/quadrilha
Da polícia/bala/sangue
Do morto/ corpo vazado a tiro
De antemão julgado culpado
Do silêncio e da manchete
Do pivete/ do marmanjo sem trampo
De ontem/ de sempre/agora.
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(De célio pires)