sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

SOU DA BRASILÂNDIA E BATO DO PEITO

Sou da Brasilândia
E bato no peito
Não tem jeito
Eu me vejo todo dia
Cruzando suas quebradas
Subindo morros
Caindo pras baixadas
Passando nas suas ruas estreitas
Vendo aquela molecada solta
Soltando pipa
Comendo poeira...

Sou da Brasilândia
E bato no peito
Eu fui criado ali
Nas ruas antes de terra
Vendo nascer as favelas
e suas vielas tortas
Fazendo hora na Parapuã
Curtindo no antigo cinema
Vi nascer Rosas de Ouro
A primeira,
Ali na rua da feira
Desci de carrinho de rolimã
Na rampa do Paulistano
Eu não me engano
Não tem jeito

Sou da Brasilândia
E bato no peito
Por isso digo e repito
Ali nunca chegou Governo
Tudo ficou na mesma
Décadas a fio
Puro fiasco, nojo, asco.
É o que sinto
Pelos que “desgovernaram”
Pois enganaram
Nada deram ao pedaço
Só enganação e descaso
Violência é a herança deixada.

Mas a Brasilândia tem jeito
sim
Só precisa de respeito
consideração
O resto, com união, o povo faz
E faz direito
Com luta, na paz
Mas precisa que muitos
Antes se levantem pra dizer:
Sou da Brasilândia
E bato no peito
O nosso bairro tem jeito
Chega de desrespeito
Chega de corruptos
Até nunca mais aos que se foram
Bem-vindo os políticos
que queiram lutar com o povo
com um novo ideal
pra mudar a situação.

A Brasilândia, do jeito que está
não pode continuar
Não pode ficar no erro
Brasilândia é o meu berço
E quero vê-la melhor
Mas não me iludo
Nada virá de graça
Tudo só virá na raça
Na luta renhida
Você e eu, nossa gente unida
Na paz, mas com força
exigindo respeito
ou não tem jeito
Por isso cante comigo
e vamos em frente
Sou da Brasilândia
E bato no peito

.....
Autor: Célio Pires - dedicada a Luís Brasília, Walter Andrade e João Terra.

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