Todia dia 24 de janeiro a Vila Brasilândia comemora seu aniversário. O que era, nas décadas de 30 e 40, apenas sítios e chácaras, onde se plantava hortaliças e cana-de-açúcar, hoje se transformou num dos maiores núcleos residenciais da zona norte. Esse desenvolvimento foi acompanhado pelas famílias Okada, Rodrigues, Fraga, Brasílio, entre outras, que chegaram à região antes mesmo do bairro ser loteado.
De origem nipônica, Semmatsu Okada (falecido no final de 1995) veio para região em 1927, visando trabalhar no sítio Carombé, que arrendará. Seus filhos Shinichi, Paulo e Sanchi montaram, posteriormente, um armazém de secos e molhados que durante longo período foi o mais importante ponto comercial da vila, nas esquina da vias Parapuã e Estrada Lázaro Amâncio de Barros.
O espanhol Felix Fraga chegou ao bairro em 1929, vindo do interior paulista para trabalhar no sítio da família Okada. Fraga, Oscar Claro Cunha e Brasílio Simões tiveram destacada participação no processo de construção da igreja Santo Antônio. Depois tornou-se proprietário do Cine Brasilândia, que, na década de 70, foi o grande centro cultural regional.
O italiano Dante Coiro veio para a região em 1950. Trabalhando como barbeiro, Coiro viu o bairro prosperar comercialmente. “Antes eram poucos empórios de secos e molhados das famílias Simões, Caetano Pinto e Okada”, relembra. “O desenvolvimento comercial do bairro ocorreu depois que o prefeito Jânio Quadros pavimentou a rua Parapuã, aumentando a valorização do bairro e que hoje se tornou um grande centro comercial e residencial”, completou o italiano que já não reside no bairro, mas a sua família aindamantém a loja “Bazar e Papelaria Coiro”, localizada na rua Eurídice Bueno, 105.
QUEM LOTEOU
O ex-sitiante Brasílio Simões, de família quatrocentona, e sua esposa Tereza Simões eram proprietários de uma plantação de cana-de-açúcar e do engenho que produzia a aguardente conhecida como “Caninha do Ó”, assim como outros sitiantes desse tempo. Foi o casal quem vendeu a gleba de terras que deu origem ao bairro e cujo loteamento teve o nome de Vila Brasilândia em homengaem ao próprio Brasílio. Quem comprou (no dia 24 de janeiro de 1947) e loteou a gleba foi o empreendedor José Munhoz Bonilha.
A facilidade de pagamento nas compras de terrenos oferecida pela empresa imobiliária atraiu muita gente para a região. “Vendíamos um pedaço de terra quase sem entrada e para pagar em 12 meses sem juros, além de fornecermos parte do material para construção”, contou Bonilha, ainda vivo e com mais de 80 anos de idade, morando na zona sul da cidade. Ele disse em entrevista ao Jornal da tarde, que ainda vai ao bairro de carro, no dias atuais, matar saudade.
Amor ao bairro: Podemos facilmente perceber que estes pioneiros da Brasilândia tiveram um ponto em comum: o orgulho de morar num bairro que prosperou juntamente com seus habitantes, cujo desenvolvimento foi acompanhado de uma convivência harmoniosa em comunidade, formando assim essa grande família, que é a "família Brasilândia".
Texto: Célio Pires
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