Em entrevista dada por Negra Li à revista “Oi” ela fala da sua vida na Vila Brasilândia, da violência e de uma personagem lendária do bairro, Dona Nenê. Veja partes da entrevista.
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DA LUTA À TELA Nada na vida de Negra Li veio fácil. A descoberta do rap aconteceu aos 16 anos. Ela gosta de batalhar, não foge do trabalho. Estudou música e foi integrante do Coral da Universidade de São Paulo durante quatro anos. Há dois, estuda música e piano. Em 2000, seu vozeirão ficou conhecido em todo o país graças ao hit do Charlie Brown Jr. Não é sério. De lá para cá, tanto esforço começou a ser reconhecido. Apareceu na festa dos 40 anos da Globo, já cantou ao vivo no Domingão do Faustão e a música de trabalho de seu CD, Guerreiro e guerreira, foi tema de novela. Junto com Helião, foi a primeira dupla genuinamente de rap a lançar um CD por uma grande gravadora. O sucesso da menina pobre, que conseguiu escapar ao destino incerto de milhões de meninas brasileiras, daria filme. E deu. Negra Li contou sua história para a talentosa cineasta Tata Amaral, diretora de Um céu de estrelas. Essa e várias outras histórias de meninas da periferia de São Paulo inspiram o argumento de Antônia, longa que deve ser lançado no ano que vem e no qual Negra atua. E ela jura que não fará feio nas telas.
TIROTEIOS Em tempos de tanta hipocrisia e corrupção, seu discurso poderia parecer demagogia – se viesse de outra pessoa. Mas Negra Li realmente conhece a pobreza, e a violência, de perto. Na Vila Brasilândia, Zona Norte de São Paulo, onde nasceu e cresceu, tiroteios eram a trilha sonora das brincadeiras de rua com os amiguinhos. De família pobre, sua mãe conseguiu bolsas de estudo para ela em escolas particulares. Sua rotina de adolescente começava às 5 da manhã, quando acordava para pegar ônibus cedinho para trabalhar – passou por uma fábrica de roupas e pelo McDonald’s antes de virar cantora.
O rap é um gênero violento? O rap não propaga violência, mas quem vê de longe tem essa impressão. Rap é ritmo e poesia. Você faz poesia, fica a seu critério. Eu prefiro falar de coisas bonitas. Adoro as letras dos Racionais. Uma vez o Mano Brown fez uma reunião em que se desculpava de passar algumas mensagens violentas. Ele é muito inteligente, fala do que viu, do que viveu.
Você presenciou muita violência na Vila Brasilândia? Eu lembro que ainda era bem novinha, estava jogando futebol na rua, que ficava em uma descida, e tinha tiroteio sempre. Já era parte da brincadeira, quem se esconde onde, cada um tinha sua estratégia. Sempre corríamos para baixo da cama, parecia coisa de filme. Os bandidos saíam correndo, às vezes fugindo da polícia ou brigando entre eles, e entravam nas casas de vizinhos.
Você perdeu amigos? Sim. Uma amiga minha, a Aninha, morreu com vários tiros. Uma outra namorou um cara preso, andava com uns amigos estranhos, levava drogas na cadeia. Um dia, ela foi encontrada estrangulada em casa. Lá havia a famosa Dona Nenê, a chefe do narcotráfico, era conhecida como a rainha da Brasilândia. Ela ajudava a comunidade com o dinheiro do crime, dava cesta básica. Se alguém da comunidade roubava uma casa, ela fazia o ladrão devolver, e depois ele ainda apanhava. “Aqui no bairro você não vai roubar”, ela dizia. Um dia, foi assassinada. Os bares do bairro fecharam em sinal de luto. Depois que ela morreu, deu uma maneirada. Antes tinha tiroteio todo dia.
Você é mulher, negra, pobre e cantora de rap. Enfrentou muitos preconceitos? Nunca enfrentei muitos preconceitos. Sempre me dei valor, lutei pelo meu espaço. Minha mãe sempre me incentivou, me educou para ter orgulho de quem eu sou. Quando chegava com uma fita gravada, ela já me dava os parabéns.
E racismo? Racismo ainda há muito. Até quem diz que não tem, está lá dentro, na educação que se recebe em casa. A TV ensina que ser bonito é ser branco, é ter cabelo loiro, liso. Meu sonho era que tivesse uma apresentadora infantil negra. As crianças negras precisavam ter um exemplo de história delas, dos antepassados, não só de escravidão, mas de música, de talentos, que o negro é especial, fora dos estereótipos. Os anjinhos nos desenhos, na TV, são sempre loiros com olhos azuis. Só que hoje em dia tudo é muito claro, as máscaras estão caindo, então ninguém se deixa enganar. As pessoas lutam mais por seus direitos. Todo preconceito é burro, é atraso de vida.
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Leia a entrevista completa, pelo link: http://www.revistaoi.com.br/nova/negra_li.asp)
9 comentários:
Gostaria de obter mais informações à respeito da minha finada tia Dona Nenê, pois sou sobrinho de segundo ou terceiro grau,minha familia sempre omitiram-me à seu respeito, dizendo que à mesma estava presa na cidade de Cubatão, assim sendo nunca tive à oportunidade deconhecer e saber da verdadeira história sobre à sua vida, pois acredito que se tratando de um ser humano, certamente esta possuíu às sua boas qualidades, também!
Encontro-me no site mc-bomfim@ig.com.br, por questões de segurança meu vugo é Sr. Bomfim
OLHA NOS ANOS 80 , EU AJUDEI A DONA NENE , A ENTREGAR BRINQUEDOS E DOCES , NUMA PERUA BRANCA E NÃO VI NADA QUE A DEFAMASSE ASSIM.
A MALDITA POLICIA SÃO DO TIPO QUE MENTEM DESCARADAMENTE , PRA MIM TODO POLICIAL TEM PODRE PRA ESCONDER ELE ENTRA NESTA PROFISSÃO PORQUE GOSTA DE MATAR OU É PASSA FOME MESMO , A NENE É A MAIOR MULHER QUE CONHECI PESSOALMENTE NO BAIRRO DE BRASILANDIA . HOJE CANTO RAP TAMBÉM . MEU NOME É FABIO DEE . VOCAL MASTER DEE . ZN.
E ASSIM A NENÊ SEMPRE FOI MESMO UMA MARGINAL, QUE COMANDAVA O TRAFICO DE DROGA, E TINHA SOBRE SEU COMANDO UM MONTE DE FORA DA LEI, SÓ QUE GRAÇAS A DEUS TEVE O FIM QUE SEMPRE ESTAS PESSOAS MERECE, E EU MOREI NO JARDIM PAULISTANO E SEI DAR BARBARIDADE QUE ELE FAZIA E MUITAS PESSOAS FICAVAM COM MEDO DE CONTAR PARA A POLICIA, PARABENS A POLICIA DE SÃO PAULO QUE CONSEGUIU DAR UMA PAZ AS PESSOAS DA VILA BRASILANDIA,PAULISTANO,CARUMBÉ E ADJACENCIAS.DESCULPE A ESTE PARENTE (SR. BOMFIM), MAIS ELA MORREU Á ALGUNS TEMPO.
Somente hoje 19/05/2011 tive a curiosidade de saber se há comentários a respeito de minha mãe na internet. E triste fiquei ao ler o comentário da Negra Lee. Você poderia tecer comentário de sua própria vida, carreira musical sem mencionar o nome de minha mãe. Pois esta nunca lhe causou prejuízo algum. Tenho convicção disso. Sinceramente só a conheço por fama, como Negra Lee. Conheço sim seu irmão, ao qual dispenso muito respeito e consideração.
No tocante ao comentário do Sr. Bomfim, sinto em lhe dizer que o grau de parentesco que o Sr. menciona não existe. É impossível o Sr. ser sobrinho de minha mãe. Ainda mais de segundo ou terceiro grau como mencionaste. Mas, se realmente quiseres saber algo sobre o passado dela pode me contactar. Agradeço o respeito que dispensastes a ela.
Ao Sr. Fábio Dee, sinto lhe dizer que não me lembro de vossa pessoa. Tal combi existia sim. Esta era usada para a entrega de pão e leite, pois tinhamos uma padaria na Servidão. (Lázaro A. de Barros). Agradeço o respeito.
Agora... como a covardia predomina, nada me assusta um sujeito tecer comentários esdrúxulos e se esconder atrás de um anonimato. Assim mataram minha mãe Sr. Anônimo, na covardia.
Não nego que minha mãe viveu no submundo do crime. Todavia, foi dona de seus atos. Nunca se escondeu atrás de anonimato.
Minha mãe foi assassinada covardemente pelas costas em 01 de março de 1989. Ou seja, há 22 anos. Deixem que ela descanse em paz. Ela não está em condições de se defender.
São Paulo, 19 de maio de 2011.
Luiz Carlos Kal.
lucafrancal@ig.com.br
Tio jam fazes algum tempo que venho procurando algo a respeito de vó ma só encontro estes tipos de comentários sem noção. A negra li eh falsa pois quando do fez seu filme as primeiras cena foram gravadas na minha casa e sabendo ela queria eu era neto da nenê disse me muitas coisas boas sobre ela. E dai faz estes comentários horríveis. Quando eu estive no jornal estado de SP. O estadão conheci um ofícial de justiça que foi responsável em entregar lhe as ordens de prisão nunca lhe entregava pois não acreditava e não em comparava com o que a polícia carniceira dizia.
Oi eu conheci a sua mãe desde pequena ela ia na rua do Faról...tinha négocio com meu pai sou filha do tio lembra era o apelido do meu pai tio alcides,anos 70 e 80 sua mãe e meu pai eram famosos do Gil Gomes.Só faço esse comentário de boa fica em um paz abraço Kall .
Oi Kall conheci a sua mãe eu era ainda pequena...ela era colega do meu pai Alcides o famoso TIO da Brasilandia,eu morava na rua do FARÓL...sua mãe e meu pai eram dois conhecidos do Gil Gomes um abraço
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